A minha primeira bota

Neste final de semana eu e Thomas vimos alguns vídeos caseiros feitos por meu irmão há 10 anos atrás. Hoje ainda estou no processo do "tunel do tempo". Muito bom relembrar. Vimos nosso cachorro Pierre que morreu em 2006 aos 16 anos, super bonito e no auge ainda da vida. Também o apt em que morávamos na Tijuca, fora os amigos em casa o tempo todo...vários amigos queridos e inesquecíveis, algumas festas de aniversário, de natal...meu cabelo curto e meu peso muito abaixo ainda do atual, se é que isso é possível -risos - foi uma viagem mesmo.

Hoje eu estava pesquisando preços de botas - queria uma de cano bem curtinho - e lembrei de mais um fato do passado. Minha primeira bota. Ganhei quando tinha 9 para 10 anos, do meu pai. Era uma bota bege, com cano tipo cawboy. Eu simplesmente me achava o máximo usando aquela bota. Usava com qualquer roupa e em qualquer lugar que fosse. Usava no frio, no calor. A bota me dava status porque as outras meninas também gostavam da cor, do salto, do cano alto. Até os meninos elogiaram minha botinha. Eu ainda me lembro que quando ganhei achei-a um pouco apertadinha no pé, mas tinha tanto medo de meu pai a devolver na loja, trocar por outra coisa, que acabei ficando com ela como estava e nunca contando nada para eles, meus pais. O fato é que eu estava crescendo rápido, e em menos de 1 ano a bota não entrava nem com muita boa vontade, ajuda do meu irmão, com nada. Meu pé cresceu e com a maior tristeza do mundo vi a minha querida bota ainda novinha ser dada para alguma outra criança, através da associação das dorcas, que na época recolhia coisas usadas na igreja, para serem doadas. Ainda lembro de ver a bota indo embora em alguma sacola e a sensação de uma perda quase irreparável, na época. Só sei que depois disso nenhuma roupa teve mais a mesma graça, durante aqueles anos de infância. Senti demais a perda e, não ganhei outra, já que o pé crescia rapidamente e as botas custava bem caro na época. Meu pai me pediu para esquecer o assunto e deixar para ter outra bota quando eu crescesse e o pé parasse de crescer.

Já tive muitas botas depois disso, mas nunca tiveram significado especial. Aquela botinha era mágica. Foi a primeira vez que me senti uma menina vaidosa, toda boba com um acessório que para mim, na visão infantil, me deixava mais bonita e elegante....inesquecível! Pena não ter foto da tal bota. Esta aí acima foi a mais parecida que achei.