quarta-feira, 31 de outubro de 2007


Ontem aconteceu uma coisa bem chata aqui com uma amiga minha brasileira. Sabe, de vez em quando eu vejo claramente que quem não nasceu aqui realmente é tratado de maneira diferente, inferior, nem importa status, dinheiro, nada. Não vou entrar em detalhes, mas serviu de alerta. Engraçado é que isso vem agora bem numa época em que eu estou começando a achar bacana viver nos EUA. Fiquei 3 meses no Brasil, no Rio, aliás, lugar que amo de verdade. Só que considerando vários pós e contras, estava pensando como é legal ter a chance de viver num lugar onde não há praticamente violência, nunca me preocupo com balas perdidas, roubo de carro, assaltos, nada disso. Sem falar na beleza das estações marcadinhas, da educação no trânsito...enfim, lá se vai mais uma coisa para minha listinha dos "contras".

No mais...já faz muito frio, as folhas vermelhas e alaranjadas estão por toda a parte. Hoje é Halloween, a tv nem nos deixa esquecer. Fantasias e bobeiras de sustos por todos os lados. Gosto das fantasias, são bonitas, isto é, algumas têm muito bom gosto. Talvez eu coloque umas fotos depois aqui, eu e Thomas temos que fazer umas coisas mais tarde quando ele chegar do trabalho e tenho certeza que vou ver várias pessoas fantasiadas pela rua e/ou shopping.

Estamos firmes e fortes na procura pela casa nova. Torçam por nós! Vcs saberão as novidades.

terça-feira, 30 de outubro de 2007




O tempo voa, sem dúvida.
Cá estamos, já faz 1 semana que tudo ocorreu.
Eu sigo tranquila em Deus, sem negar a tristeza da saudade, das recordações.
Comprei passagem de volta ao Brasil, se Deus quiser chego lá dia 9 próximo.
Desta vez pretendo ficar pouco tempo, pq temos que resolver mil coisas aqui em Asheville, entre elas, mudança de casa.
Este final de semana ficamos com as crianças e alugamos dois DVD's pra eles se distraírem. Acabam os adultos tb aproveitando um pouco.
Filmes que assistimos (clique, se quiser conferir):

Meet the Robinsons

Surfs Up

Aqui em Asheville tá fazendo um frio inesperado. Hoje ficamos na base de 2 graus centígrados. Não é fácil, ainda mais sabendo que isso vai ficar muito pior durante os próximos 6 meses,pelo menos.
Tenho cartões de Natal pra fazer, já comprei o material...tenho tb pequenas coisas que devem ser arrumadas em casa...mas estou "enrolando", ou seja, basicamente fazendo nada. Ah, sim, tenho conversado muito com os amigos por fone e/ou e-mail. Isso me faz muitíssimo bem. Sou uma pessoa do tipo sociável, por natureza. Adoro conversar, estar com meus amigos, seja pessoalmente ou virtualmente. Portanto, vcs, leitores, são muito bem vindos!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Meu pai


Meu pai descansou. Ontem, dia 21 de outubro, às 4 da manhã, no hospital da aeronáutica.

Emmnoel Rocha e Silva foi uma pessoa muito especial.

Lembro das histórias de papai sobre sua infância, como órfão tendo que se virar sozinho pelas ruas de São Luis, no Maranhão...depois da maneira maravilhosa como foi adotado por uma família que dirigia o colégio militar em São Luis e que o transformaram em um bom mecânico de aviões, pela aeronáutica do Brasil...lembro das histórias engraçadas sobre suas aventuras com seus irmãos, em várias partes do Rio de Janeiro...seu jeito destemido de ser diante dos perigos...

Papai era diferente, era considerado excêntrico por muitos, diferente, maluquinho, várias coisas. Ele era autêntico e nunca se importou muito com isso. Gostava de usar roupas diferentes e ser notado. Gostava de colecionar coisas inúteis e ser criticado. Tinha um jeito bem livre de ser, ao seu próprio modo. Era o que chamam, um "hippie de alma", pra quem bastava o sol, a chuva, o dia, a noite...
Ele também gostava de esportes, adorava jogar basquete e jogou até idade avançada,participava de torneios no Aterro do Flamengo, no Rio, onde fez amizades duradouras...

Seu nome é Emmanoel, mas sempre foi conhecido por Rocha. Independente do seu jeito de ser, sempre foi muito querido pelas pessoas. Talvez pela autenticidade, talvez pelo carisma do jeito desinibido de ser, não sei bem ao certo.

Papai não costumava ter vergonha de nada. Também gostava muito de ajudar as pessoas e, parte da minha infância eu acordei vendo pessoas desconhecidas dormindo em algum colchonete ao meu lado...muitos eram estrangeiros; chilenos, argentinos, uruguainos, numa época onde o Rio de Janeiro parecia ser uma boa opção de vida. Ele sempre os ajudava incontinenti e, depois que partiam recebíamos postais de vários países. lembro do Cacildo, espanhol que até nos convidou a visitá-lo. Papai ajudou Cacildo em tudo que pode, inclusive a levá-lo de volta a Espanha.

Com papai aprendi sobre Deus, sobre a Bíblia e a ter interesse em leitura, bichos, natureza em geral. Também incentivou a mim e a meu irmão a desenharmos, pintarmos, criarmos, enfim, desenvolvermos nossa criatividade. Ele sempre nos ensinou a respeitarmos as pessoas e animais, bem como a sermos educados e diferentes das demais crianças. Enquanto nos diziam que deveríamos pagar o mal com o mal, papai nos ensinou e oferecer a outra face...

Claro, como todo mundo, também tinha defeitos, mas isso não importa aqui. Aqui quero contar o quão especial ele foi em minha vida. Apesar de ter o conforto e a paz de Deus em meu coração quanto à sua partida, a dor da saudade ainda vai me incomodar por algum tempo, eu sei.

Tive o privilégio de estar bem próxima a ele nos dois meses que antecederam sua cirurgia e consequente fase terminal no hospital e, posso afirmar, meu pai sabia que estava partindo, mas estava firme com Deus. Agradeço a Deus por ter tido esta chance de ter estado com ele, de ter conversado com ele no hospital pela última vez, de ter feito seu especial penteado ao estilo "romano", como gostava de dizer...

Como cristã, tenho a esperança de revê-lo no Céu, um dia.

O tempo vai passar e a dor vai se modificar, é o que dizem e, no fundo, eu sei. Mas sempre guardarei no meu coração a lembrança do pai mais especial que eu poderia ter tido: Meu pai.

Foto acima: papai,mamãe, eu (sem dentes) e Daniel usando pijamas idënticos, numa foto preta e branca que adoro.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Voltei.

Após 3 meses no Brasil, volto pra casa in US.

Muitas coisas aconteceram em minha vida neste período. Tenho passado pela fase que talvez seja a mais difícil que já vivi. Lembro de ter sofrido no passado com morte de amigos queridos, com a cirurgia de minha mãe e tb minha perda auditiva no ouvido direito, mas acho que esta está sendo muito mais difícil que tudo.

Chegando ao Brasil, tudo correu bem até meados de Agosto. Já neste período precisei fazer uma mini-cirurgia no endométrio. Logo após, ou melhor, um dia após, meu pai teve que fazer uma cirurgia de emergência. O problema era seríissimo, aneurisma da aorta abdominal. Ele tinha 5% de chances de sobreviver e sobreviveu. Ficamos todos abismados pq ele estava muito fraco, o tal aneurisma era enorme, tinha 8 cm!

Após isso, que ocorreu dia 6 de setembro, ele têm estado entre quarto e CTI por dois meses já. Já melhorou e voltou ao CTI 3 vezes, sendo que na última, início de outubro, ele teve uma parada cardio-respiratória, devido à infecção pulmonar. Fora isso está com complicações nos rins tb.

É muito triste ver nosso pai nesta situação. Qtas vezes o telefone tocou e pensei que fosse desmaiar...cada susto que vivemos até agora.



A situação atual é de coma. Ele está em coma desde o dia da parada cardio-resp. Eu deveria ter retornado pra casa dia 30 de agosto, mas por conta da minha cirurgia fiquei mais, remarquei pra 14 de Setembro e, por conta da minha conjuntivite viral e de papai fiquei até 9 de outubro, quando decidi voltar uma vez que ele está em coma e nem pode receber visitas. Vim pra cá com a condição de voltar pra lá amanhã mesmo se preciso for, Thomas me apóia nisso. O bom foi zerar minha estada fora do País, quando cheguei tive que responder perguntas, eles sempre desconfiam quando ficamos muito tempo fora.

Mas apesar de tanta coisa ruim acontecendo ao mesmo tempo - o vírus da infecção nos olhos ainda está comigo há quase dois meses agora, atingiu as duas córneas e me causa má visão - eu sigo crendo em Deus e sabendo que viver não é fácil, mas que Ele nos dá forças. Fora isso, que tudo passa! Coisas boas e ruins, são momentos.

Eu tb tenho que destacar que outras coisas tristes aconteceram no que diz respeito a amizades, mas que respeito plenamente as pessoas. Por outro lado tive a alegria de contar com pessoas amorosas, cristãs e extremamente carinhosas no momento que mais precisei. Isso tudo vem de Deus, sem dúvida.

Volto a postar aqui meus momentos, ruins, bons, esperando que os bons superem os demais.

Debora

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