
Hoje eu acordei pensando nos problemas e tristezas que temos que enfrentar de vez em quando, nos revezes da vida, quando a vontade é de jogar tudo pro alto e chorar muito e querer sumir, desaparecer. Todo mundo passa por isso de vez em quando. É sempre muito difícil. Sejam os problemas conosco, com os que nos rodeiam, com o mundo. Queria falar um pouco sobre isso.
Quando eu tinha 11 anos, uma coleguinha da escola me emprestou o livro "Pollyanna" e, a personagem do livro também tinha 11 anos. Para quem não conhece o livro, a história gira basicamente em torno da menininha que havia acabado de perder o pai, última pessoa da família e, ainda por cima se vê obrigada a ir morar com uma tia super chata, fria, mandona, o que nos faz antecipar que ela não teria muitos motivos para ser feliz na nova vida. Mas não é bem assim. Pollyanna tinha dentro de si uma alegria e um bem estar contagiantes. Ela chamava a isso de "glad game" ou, jogo do contente. O pai dela, anos atrás havia ensinado que em todas as coisas, mesmo as mais difíceis, há sempre um motivo pra se ficar feliz ou para se encontrar algo positivo, ter paz. E daí o livro é uma sucessão de acontecimentos na vida da menininha, sempre cheia de situações complicadas na vida, que no entanto, fazem com que ela dê a volta por cima e conquiste inclusive o amor da tal tia sem coração. O livro é ficção, claro, mas revolucionou minha vidinha aos 11 anos. Passei a ler o livro ao menos uma vez por anos e lá se vão muitos anos. Sempre me fez querer imitar a Pollyanna e sua filosofia de vida, um tanto simplista mas, me ajudou muito ao longo dos anos que passaram.
A verdade é que a gente cresce, passa a ver o mundo com outros olhos, ficamos mais vulneráveis, também mais cínicos. O mundo das crianças é muito mais simples, mais rico em esperança e imaginação.
Os problemas nunca deixam de existir, os dias nublados acontecem, às vezes é quase impossível jogar o jogo do contente. Quase impossível, eu repito. Tenho meu modo de pensar. Tenho o meu jogo do contente.
Eu acredito que dentro de nós mesmos, existe a maneira de enfrentar as tempestades. No meu caso, eu chamo de fé. Não estou dizendo que não fico triste, que não me abalo. Claro que sim e, minha vida não tem sido nada fácil nos ultimos anos, tenho enfrentado muitas perdas, mas busco refúgio na minha fé em Deus de que tudo vai ficar ok, porque Alguém lá em cima está me vendo e vai me ajudar. Nunca sei de que maneira, nem peço para que seja como eu quero, mas sempre pelo que for melhor pra mim. Até aqui tenho tido ajuda necessária para continuar acreditando e tendo forças para seguir adiante.
Mesmo nos dias mais difíceis, mesmo em meio à vontade de chorar muito, tenho tido também a paz que tanto necessito.
Desejo a cada um dos meus aos amigos que passam por aqui, uma dose enorme de paz e fé porque, apesar dos problemas e tristezas da vida, se tiverem algo em que se apegar, acreditar, se preservarem dentro de si mesmos os sentimentos da criança que um dia foram, otimismo e esperança, tudo há de ficar bem.