Um desabafo

Conforme descrevi no post anterior, estávamos tendo dias bacanas, até ontem, quando a filha mais velha do Thomas chegou por aqui tb pra ficar 1 semana conosco. Engraçado é que ela não veio antes pq queria ficar com a familia do namorado...mas aí nevou muito em Asheville e aqui tb, e Thomas disse que não iria buscá-la no Domingo, e que ela poderia vir de ônibus na Segunda. Tudo bem, até que a menina liga novamente dizendo que a mãe dela a proibia de ficar por lá ou na casa de qualquer amigo dela, que ela teria que vir pra cá de qualquer jeito, pegar o onibus na neve, etc. Fiquei pasma! Ao que parece elas tiveram alguma discussão por lá e a mãe, claro, muito esperta, sabendo a filha que tem, queria mandá-la para cá de qualquer jeito. A menina nem queria vir, mas a mãe disse que se ela não viesse, tomaria o carro dela (emprestado pela mãe). Daí ela veio de onibus, sei lá quantas horas de viagem. Geralmente não descrevo no blog o que acontece em detalhes entre a gente, mas o clima é sempre tenso na minha parte, porque a filha dele é muito diferente dos irmãos. Eu me dou bem com os meninos, muito embora tenhamos problemas com disciplina, bagunça, etc, o que eu não gosto, claro, mas até aceito, até pq é normal na idade deles e sei que eles me amam de verdade... Já a menina é completamente diferente, super mal educada, não me respeita e se acha a dona da casa ou de qualquer lugar, por conta da arrogância incrível que tem. Insuportável! Desculpem, mas preciso desabafar um pouco hoje depois da briga que tivemos ontem à noite. Quem me conhece sabe que eu não sou do tipo que cria nenhum problema com ninguém e não suporto briga. Nunca! Só que ontem eu não aguentei e resolvi não ficar calada, como faço na maioria das vezes com ela. Ela me tratou mal e eu respondi imediatamente. Ela mal havia chegado em minha casa! Mas claro, ao invés de pedir desculpas ou qualquer coisa do tipo já que tinha sido super grosseira comigo, veio toda blazé dizendo que não tinha feito nada de mais e que eu a estava tratando mal. Ahhhh...discussão na certa. Só que eu não tenho nem vontade, nem saúde e nem paciência pra discussões longas e cortei logo o papo dizendo que queria que ela saísse do meu quarto e não aparecesse mais. Dois minutos depois volta ela, pedindo desculpas com sarcasmo. Claro que não aceitei. Ela contestou, eu expliquei os motivos. Ela ficou ali, colada na porta, repetindo mil coisas, dizendo que os psicólogos isso e aquilo sobre relacionamento madrasta-enteada...faça-me o favor! Não será ela que vai ficar me dizendo estas coisas, uma moça super desagradável em todos os sentidos. Falei que não aceitava desculpas vazias e pronto. Foi aí que ela começou a chorar, fazendo um drama barato. O pai dela aqui, do meu lado, contra ela também, qdo viu a filha chorando, ficou quieto. Já vi esta cena do choro muitas vezes, continuei do mesmo jeito. Após ela ter saído novamente, conversei com o pai dela, que está impossível aceitá-la em minha casa. Entendo que ele é o pai dela, que ele a ama, quer por perto às vezes, mas se ela não me respeita, não dá mais. Isso vem acontecendo desde que nos casamos, mas ela era novinha, tinha 12, 13 anos. Agora, com 18, não vejo porque continuar aceitando esta situação. Pronto! Desabafei! Precisava disso hoje. Talvez até apague isso depois, mas hoje eu realmente precisava contar como é difícil ter uma enteada insuportável. Ah, pra terminar, depois de tudo isso, antes de dormir, ela voltou aqui conversando como se nada tivesse acontecido, porque no fundo tem medo de ser proibida de vir aqui. Quem aguenta isso?
Na Sexta-feira ela volta pra casa da mãe e acho que tudo vai ficar melhor!

Acima, logo após acordar e correr pra janela para ver a neve anunciada...

Thomas muito concentrado na massa do pão.
Pão caseiro quentinho!

O Natal foi ontem, mas com a chegada dos meninos aqui em casa, arrumação de móveis aqui e acolá, preparação de comida...acabei perdendo o dia sem escrever nem um feliz natal aqui no blog. Tudo bem, do jeito que o tempo voa eu tô mais que justificada!

Não fizemos nada demais. Este ano, eu e Thomas resolvemos comprar os presentes dos kids depois que eles estivessem aqui pra evitar decepções como nos outros anos. Nem dava pra mostrar nos anos anteriores as carinhas de infelicidade em fotos, né? Bom, sem comentários, mas hoje, Domingo, é o dia escolhido para irmos comprar as tais dicas que nos deram ontem.
Fizemos comida a quatro mãos, como sempre, Thomas finalmente fez os famosos pães que vinha prometendo fazer desde antes de nos casarmos, e que ficaram bem bonitos, todo mundo gostou da lasanha mexicana que tentamos pela primeira vez e deu certo, acho que tudo saiu ok. Tivemos neve suficiente para ficarmos presos em casa, assistimos filmes natalinos e graças a Deus todo mundo estava bem, com saúde e animação.

A única coisa um pouco chata é a falta que sinto de estar com minha familia e amigos do Brasil - mesmo falando por telefone não é a mesma coisa - e lá se vão vários anos longe do Rio nesta data, já que passei o natal um ano antes de casar aqui também; ah, e claro, os choques que venho tomando em toda e qualquer coisa que eu toco. Não aguento mais levar choque! Até quando pego meu cachorro, lá vem um choque que faz até barulhinho: "tzzz" ou algo assim. Acendo luzes, desligo, abro portas, tudo dá choque. Colocamos uns umidificadores de ar embaixo e em cima pra ver se a coisa melhora, porque já está ficando insuportável, hehehe...frio tem destas coisas.

E vamos nós, rumo à última semana do ano. Não sei porque mas não estou sentindo como se fosse já tão pertinho do final de 2010. Enfim, talvez chegando mais perto do final da semana eu mude de idéia, por ora, estou sentindo como se ainda estivéssemos em Novembro, mesmo depois do natal...vai se entender! :-)

Partidas e chegadas

Recebi este selo da Keyla, e como ela, venho contar um pouquinho das minhas partidas e chegadas.

Não foram muitas ao longo da minha vida.

Nasci e cresci no Rio de Janeiro, vivendo a maior parte da minha vida no bairro da Tijuca, já que meu pai era militar e, o bairro tinha esta fama, de ser o lugar mais procurado pelos militares, já que por lá se encontra o Hospital da Aeronáutica e também a Escola Militar. Coincidência ou não, foi lá que meu pai escolheu para morarmos. Por lá ficamos...
Sempre fiz tudo sem sair do bairro: escola, clube, hospital, igreja...até mesmo quando comecei a trabalhar, foi lá, no mesmo bairro.

Não viajamos muito na minha infância, mas passei alguns verões em Minas Gerais, terra de minha avó e mãe. Basicamente só saí do Rio para ir a Minas Gerais ou São Paulo, nada mais...até...conhecer o Thomas.

A primeira vez que saí do Brasil foi em 2004, rumo à Disney, com minha amiga Jamile. Nem vou comentar aqui o sufoco que passamos no aeroporto de Miami nesta primeira saída do Brasil, só posso afirmar que foi um dos piores pesadelos de minha vida. Agora que sou cidadã americana também, gostaria de voltar lá um dia e encontrar aqueles funcionários que nos trataram tão mal, sem motivo algum, só para relembrá-los que a gente nunca sabe o dia de amanhã! Enfim, nesta viagem conhecemos Miami, Orlando, Carolina do Sul, C do Norte, um pouquinho da Geórgia.

Depois que me casei, um ano depois desta viagem, fui novamente à Disney, e no início do ano seguinte, à Atlanta, onde ficamos por 1 mês, por conta do trabalho do Thomas. Ao longo do ano de 2006, meu primeiro ano na América do Norte, nós fomos à Washington DC, Virginia, moramos em West Virginia por 3 meses novamente por conta do trabalho do marido, voltei ao Brasil pela primeira vez e terminamos o ano em New York, onde conhecemos pessoalmente nossos amigos Warren, Aline, Fernanda, Mike, Marceli, Louis, Dani e marido. Foi bom demais!

A partir daí durante 2007 e 2009 tivemos chance de viajar algumas outras vezes para alguns Estados americanos, seja para encontrar a familia do marido ou visitar amigos, sempre viagens muito simples mas bacanas.

Este ano de 2010 estivemos em Montana, e eu não fui ao Brasil por conta do trabalho, consegui minha primeira chance em minha área mas, infelizmente tive que sair, por conat da mudança para Charlotte, aliás, primeira partida oficial de Asheville, NC para morar em outra cidade, desde a Tijuca, no Rio de Janeiro.

Gostaria que os amigos que passam por aqui, caso queiram, lógico, também usassem o selinho que a Keyla passou pra mim (acima) compartilhando suas chegadas e partidas, para que a gente pudesse saber um pouquinho mais sobre vocês.

Finalmente!

Pois é, apesar de que o tempo não passou muito rápido para mim desde que enviei a documentação para abrir o processo de cidadania - enviei na primeira semana de Junho e o teste foi marcado para 9 de Dezembro, ou seja, 6 meses - finalmente tudo terminou, compareci à cerimônia e agora sou oficialmente cidadã Brasileira/Americana.

A cerimônia em si é emocionante, bonita e todo muito estava muito feliz, o que acaba contagiando a gente. Pessoas de todas as partes do mundo, sotaques os mais interessantes. Sentei-me ao lado de um Paquistanês e conversamos um pouco sobre nossa "viagem" rumo à cidadania.

No meu caso, fiquei bastante preocupada com a prova, porque não estava conseguindo decorar muito bem as datas e alguns nomes de políticos, mas no final deu tudo certo e acertei todas as perguntas. Também o formulário foi conferido item por item, fora que tive a chance de ver a pasta que fica em poder do departamento, com todas as informações que venho enviando ao longo dos anos; muitos papéis mesmo!!

Agora que acabou, olho para trás e vejo que apesar de todo o trabalho e papelada, tudo correu bem, é bom sentir a sensação de término de mais uma etapa na minha vida!

5 anos - wedding anniversary

Há cinco anos atrás, dia 18 de Dezembro de 2005, mais ou menos à esta hora, estava me preparando para meu casamento com o Thomas, em Asheville, na igreja de Mills River.

Várias coisas interessantes ocorreram naquele dia: ameaça de neve, minha maquiagem que ficou completamente diferente do que eu havia pedido, os cachos do cabelo completamente desfeitos meia hora depois... botões do vestido de noiva que não queriam abotoar, nosso carro indo pra igreja que ficou sem gasolina...preciso contar mais? :-)

Apesar das coisas complicadas antes da cerimônia, depois tudo mais correu na santa paz. Eu estava super calma, Thomas também. Entrei sozinha na igreja, não havia ninguém da minha familia, a não ser a Jamile, que morou com a conosco quando eu tinha 10 anos de idade, por quase 1 ano, que veio da Califórnia pra ser minha madrinha.

A igreja não estava muito cheia, foi um dos finais de semana mais frios do mês, lembro-me bem. O sermão foi curto, a festinha foi animada, e na saída tivemos a surpresa do carro totalmente coberto de tinta vermelha e verde, fora um mundo de balões de gás e outras coisinhas mais. Como nós estávamos indo pra Orlando, pegamos a estrada e o pessoal fez a festa...buzinas e mais buzinas, gritos, até conseguirmos lavar o carro no posto de gasolina. Imaginem só, a viagem inteira até a Flórida naquela situação? :-)

Enfim, cinco anos! Há dias em que sinto que se passaram apenas 5 meses, e às vezes, 50 anos. Muitas coisas mudaram, acostumei com a terra do tio Sam, os kids do Thomas cresceram, eu e Thomas temos muitos mais cabelinhos brancos, ruguinhas, etc e tal, nos conhecemos muito melhor agora, claro, até mesmo porque quem casa com estrangeiros nesta situação de cada um morando num País diferente é sempre assim, a gente se vê poucas vezes no ano e mesmo que converse por fone ou computador não é a mesma coisa que namorar alguém que mora perto e pode se ver sempre. Nós namoramos 2 anos antes do casamento.

Mas apesar das tempestades e calmarias, estamos juntos, lutando para acertar cada vez mais.

Que Deus abençoe nossas vidas é meu desejo e oração!

Bom, vou dizer aqui pela milésima vez que estou sumida, que o tempo está voando mais que nunca, mas a verdade é que acho que agora vou estar entrando em um período mais tranquilo e com mais tempo pra fazer as coisas que gosto. Já fazia um bom tempinho que não escrevia nem no meu blog e nem no das minhas amigas e, quero pedir desculpas à todas as pessoas tão legais que passaram ou que ainda passam por aqui, por muitas vezes não responder um recadinho ou não passar nos blogs de vocês. Espero de coração estar perdoada! Não sou do tipo indiferente ou que não dá atenção para os outros, muito pelo contrário, amo acompanhar os blogs amigos. Desde que mudamos, além de ter que que arrumar muita coisa basicamente sozinha - marido foi escalado pra trabalhar durante a noite desde que mudamos pra Charlotte - ainda tive que estudar seriamente para o teste final do processo de cidadania. Na verdade eu enviei meus documentos em Junho desde ano, mas não sei porque demoraram demais para marcar entrevista/teste, e fui levando sem dar muita atenção. Quando nos mudamos tive menos tempo ainda para pensar nisso, até que finalmente recebi a carta marcando a data e, podem imaginar meu desespero para tentar decorar as 100 perguntas do teste. Agora a etapa tá quase finalizada e estou bem mais tranquila. Também parei de ler meus livros (ganhei uns ótimos em Outubro), ver tv e muitas outras coisas que gosto. Muito menos tempo para Orkut, Facebook e Twitter tá abandonado faz tempo! Complicado gerenciar tudo ao mesmo tempo.

Ainda não estou trabalhando e nem acredito muito que irei encontrar alguma coisa neste final/início de ano, até porque estou com muita vontade de passar um tempinho no Brasil...vamos ver, nada certo mesmo ainda.

E como estão os preparativos de vocês para o Natal? Por aqui, nenhum plano, pela primeira vez nestes cinco anos. Muitos gastos com mudança, processos, etc e tal, vamos ver se ainda aparece algo de ultima hora, cruzem os dedos por mim! :-)